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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Baratas, Velas e Azulejos com Poesia




Fechar o olho e abrir de repente no susto. Candy vê o relógio e percebe que não tinha apenas dado uma piscada longa, ela havia dormido umas quatro horas e o que acontecia agora ela sabia, ia marcar o resto da vida dela. A realidade ficava para trás até a próxima manhã. Não tinha nada a ver com a noite anterior, com seu dia-a-dia de tanta correria. Não sabia se devia ter esperança ou aceitar com muita calma.
Vestiu a roupa apressada, colocou aquele tênis branco de estrelas pretas tão memorável para o que tinha por vir. Pensamentos, mil sentimentos, lembranças. De repente aquele apito começou a desesperar, Candy chorou. Era um acontecimento que nunca esperou que fosse chegar, pelo menos naquele momento ela não precisava mais ser forte.
Respirou fundo, enxugou as lágrimas, lembrou da trança que havia feito no cabelo naquela mesma semana e esperou. Tudo o que viu depois foram telefonemas, tantas pessoas conversando, andar de mãos dadas.
No primeiro momento que ficou sozinha fumou dois cigarros sentada na calçada. Como agüentar a próxima noite? Queria silêncio, queria ela mesma, não saber de teias de aranha ou café, queria era acabar com as baratas que resolveram aparecer aos montes.
Tentou não ligar para a porta aberta, mas não conseguiu. Dormiu quase que obrigada pelo sono e cansaço acumulado em um sofá no canto, sem tirar os olhos daquela flor tão delicadamente colocada no centro do lugar.
Acordou com o movimento das pessoas que chegavam, umas conversando sem parar, outras só observavam quietas. Ela só conseguia olhar para as frases nos azulejos, tão bonitas, tão confortantes, acho que só Candy podia realmente vê-las. Foi tudo muito rápido, quando viu já estava tudo acabado e tudo se encerrava da maneira mais triste possível, as flores, as pessoas que ela nem conhecia, as pessoas que faziam parte da sua história e que agora, depois de tanto tempo ela encontrara.
No outro dia foi com seu pai buscar algumas coisas, enquanto todo mundo de sua casa foi assistir a um jogo de futebol, não fazia sentido para ela. O cheiro das roupas, os móveis, as medalhas, tudo eram lembranças de alguém que se foi em outro país, longe de Candy e com a uma bandeira vermelha e azul cheia de estrelas cínicas estampada no coração.

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